sábado, 31 de maio de 2008

"Let's talk about this outfit you got on. (...) You can't just grab something from the 1970's and try to bring it back."



(a partir do minuto e treze, sff.)

estou capaz de apostar 40 euros que isto vai cair para os Lakers, parece-me certinho, aí uns 4-2, mas a pinta desta gente nunca vão ter



(Bill Russell, onze, repito, onze vezes campeão desta bodega e dono do riso mais extraordinário de que tenho memórian este exacto momento.)

terça-feira, 27 de maio de 2008

Pollack

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O F., meu bom amigo, faz questão de me avisar de toda e qualquer morte que ocorra no mundo do cinema. Mensagem curta: "O Pollack morreu". Cá acho que o F. deve ter uma ligação directa com uma agência noticiosa de obituários especializada. Lembrei-me de seguida de um antigo professor de faculdade. O homem via em Pollack a perfeição: "Não tem um único filme mau", disse-me num intervalo de uma aula (por entre um café para despertar e escárnio ilimitado ao Oliver Stone). Sou desconfiado e ri-me por dentro e franzi-lhe o olho; soou-me a exagero da pior espécie e recordei "África Minha", o mais célebre de toda a obra de Pollack, mas filme que não tenho em grande conta (mi madre jamais aprovaria o conteúdo desta minha última mensagem). Passaram-se três ou quatro anos e palavra que nem hoje sei que pensar sobre a dita frase do meu ex-professor - falta-me ver um número considerável dos seus filmes para certezas dessa ordem. Sei disto: cresceu o interesse por Pollack e aprendi a respeitá-lo (o que é dizer muito). Em especial por três filmes: reservo a mais alta das minhas estimas para "Jeremiah Johnson" (não sei o título em português de cor, já soube); e num patamar abaixo desse (mas alto o suficiente) coloco "The Yakuza" e "Three Days of the Condor" - este último visto noutra aula por intermédio de outro professor. Guardo estes três em vhs. "Jeremiah Johnson" (72) entre "McCabe & Mrs. Miller" (71) de Altman e o "Dead Man" (95) de Jim Jarmusch - faz-me todo o sentido, como se trilogia aquilo fosse. O resto da filmografia como realizador é apreciável (o F diz "muito competente" e assim), ainda que sem rasgos de maior - estou a pensar em "Tootsie", "Sabrina", "The Firm", "Havana", "Absence of Malice" e "The Interpreter", os que vi. E depois há aquela sua faceta de actor secundário que sempre apreciei e onde Pollack se safava com uma elegância desarmante. Sublinho só a última frase deste texto do Ricardo que dá muita vontade de copiar na íntegra: "Era um tipo com imensa pinta. So long, yakuza!"

feira do livro (1ª leva)

"Henrik Ibsen - Peças escolhidas 1", na Cotovia, 15 euros;
+
"O Último Magnate", Francis Scott Fitzgerald, na Relógio D'Água, 5 euros;
+
"Parece Mesmo o Paraíso", John Cheever, na Relógio D'Água, 1 euro - livro que desconhecia e desconheço em absoluto; prendeu-me ser de quem é; li o "Falconer" e alguns contos seus de rajada e não trazer isto por 1 euro era de retardado mental e 1 euro custa uma fartura.

avulso

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Num dos últimos episódios que por aí correm da série, conta o amigo House à amiga Cameron (Jennifer Morrison): "All pretty girls are fungible". A espirituosa frase tem um contexto, um contexto claro, e em pano de fundo para a dita sentença está a personagem da Olivia Wilde, um daqueles perfeitos exemplos de excelsa beleza.

* outra ainda no mesmo episódio: "Hope is for sissies."

os passinhos de dança da menina Chan Marshall...

No fim e com aquela merda de lugar, ficam-me aqueles passos, aquela dança perfeitinha da menina Chan Marshall enquanto cantarolava. Isso e a música do novo álbum dedicada ao Dylan. Bem-haja por isso.

sábado, 24 de maio de 2008

notas mentais para uso futuro ou para nunca

* quanto custa um bilhete de avião para Buenos Aires?, é caro, é caríssimo;

* o que quero comprar na feira do livro: o Walser que agora saiu, Cortázar na Cavalo de Ferro, o Fitzgerald que me falta, Ibsen e Samir Kassir na Cotovia; talvez um livrinho sobre a Guerra Civil de Espanha ou a biografia do Churchill pelo John Keegan na Tinta-da-China se os apanhar a preços decentes; mais uns quantos livros que imagino baratecos na Relógio D'Água e que me interessam (como o "Contos de Kolima" do Shalamov) - enfim, acho que é isto;

* o meu primo Rui tem pinta de chulo - não via o meu primo Rui aí há uma década;

* o meu primo Rui tem três filhos de três mulheres diferentes;

* o meu primo Rui saiu de casa e foi viver com a filha do patrão;

* simpatizo como tudo com o meu primo Rui - que quando era muito puto tratava-me sempre por "gabiru" - e tenho uma pena daquelas por este hiato de dez anos - fez-me falta, muita falta;

* o casarão abandonado do meu avô paterno;

* vi um filme do Nicholas Ray de que não gostei assim muito e fiquei quase quase transtornado;

* como aprendi a gostar do Cimino;

* por que não gostei nadinha do novo Indiana Jones;

* por que não sou capaz de não gostar do novo Wong Kar-wai: a cena do Jude Law com a Cat Power e mais um par de frases que cá guardei;

* o Miklós Jancsó;

* o Törless do Musil;

* não ligo puto ao Bukowski;

* vem cá o Toumani Diabaté;

* vem cá o Bill Callahan;

* arranjaram-me bilhetes para Cat Power - ainda que para um lugar foleiro;

* não ouvi nadinha do "Jukebox", mas tenho de ver aquela mulher (atentem nisto: tenho de "ver" aquela mulher, urgente, o disco escuto-o quando bem entender, nos concertos não escuto nada, "vejo");

* "The Evangelist", o melhor álbum de Janeiro a final de Maio deste ano;

* como odeio fazer a barba;

* como odeio ter a barba por fazer;

* a despedida de solteiro do J;

* eu e as namoradas dos meus amigos;

* a filha do Keith Richards;

* a poesia da Judith Herzberg;

* a 18ª imagem do Google para "Judith Herzberg";

* poker, jogo de mentira e tomates - coisa mais perfeita;

* os tiques do Izmailov;

* o Ronaldo falhou um penálti e meio país excitou-se, não pode, não pode, o melhor do mundo "não pode" falhar um penálti - eu cá acho que pode, eu cá acho que deve, eu cá acho que até dá uma aura de humano que lhe assenta bem;

* o Maradona e o Ivkovic (à boleia do penálti falhado);

* o Diogo Rosado: um júnior do meu clube com o pé esquerdo mais fino e preciso e displicente desde o Dani;

* o Rajon Rondo é mais jogador do que eu julgava;

* Campo de Ourique;

* black vodka, já podia ter descoberto isto há mais tempo;

* o David Axelrod;

* o McCain não é o Alan Alda;

* a Cindy McCain;

* o meu novo telemóvel é tão bonito que não me atrevo a mexer nele.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

o base mais bonito de toda a NBA

a Wendy acabou mesmo agorinha de escrever o discurso

O John Edwards apoia publicamente o Obama por esta altura. Eu gosto do Edwards, daquele cabelo, daquele sotaque; parece-me bom homem, e isto está a ser um belo discurso*, comovente aqui e ali, bem elogioso para Hillary, mas adiante. O dia seria de Hillary Clinton (que até deu uma entrevista ao Wolf Blitzer - dogma aqui: ninguém diz "Mahmoud Ahmadinejad" como o Blitzer) por direito próprio - pela clara vitória na Virgínia Ocidental (67 por cento conta 25,7). Seria mas não é: tudo foi completamente relegado para segundo plano com este apoio do ex-senador da Carolina do Norte a Barack Obama - Edwards que apesar de já não estar na corrida ainda ontem levou sete por cento dos votos na Virgínia Ocidental; Edwards que ainda anteontem reservava o seu apoio. Para alguém com problemas com os "white working class voters" não há apoio mais certeiro dentro dos democratas que o apoio de John Edwards. Parece que da Virgínia Ocidental Hillary leva 20 delegados contra 8 de Obama. Números já insignificantes para Hillary Clinton; e números agora completamente sufocados por este apoio: Edwards quando desistiu desta corrida levou consigo 19 delegados que teoricamente - não estão por nada obrigados a isso - deverão seguir para Obama. Isto foi tudo muito bem feitinho, tudo muito bem preparadinho; isto é tão bom a tantos níveis, ai ai.


* Ms. Palmieri is a family favorite and has been called upon to staff the Edwards family at sensitive events before.

What's Wendy Button, Edwards's longtime speechwriter, been doing lately? I hear she's been writing a secret speech... (Her facebook profile includes this entry for 3pm: "Wendy just finished writing the speech.")


(do blog do Marc-como-é-que-alguém-sabe-estas-merdas-?-Ambinder)


** adenda: parte do discurso do Edwards aqui.

*** adenda 2: a importância de Edwards: 1) "John Edwards In Retrospective"; 2) "Why John Edwards Won"

Virgínia Ocidental

Se mañana quando acordar ler/ouvir por aí que isto - a esmagadora vitória de Clinton num estado que demograficamente é feito à sua medida e que a campanha de Obama por estratégia ignorou - vai relançar a corrida democrata vou ficar desnecessariamente irritado como tudo. Vai-me dar vontade de chorar como a uma miudinha. Não relança rigorosamente nada e ler/ouvir histerismos dessa natureza faz-me tanta falta como uma dor de dentes desmedida. Atenciosamente.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

enfim, acabou assim...



e eu não podia pedir nada mais. rejubilai, rejubilai.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

sete razões...

* para Clinton desistir, agora;

* para Clinton ficar na corrida.


(Marc Ambinder)

Sullivan vs. Clinton

Nunca sei muito bem se devo encarar qualquer elogio do Andrew Sullivan ao Obama como genuíno ou inteiramente fruto do seu ódio contra a família Clinton. Pelo menos, na questão do ódio, Sullivan não engana ninguém e regra geral até tem uma certa piada. Este post ("If Clinton Drops Out") atesta-o.

(Nota-se que o Sullivan está a ter todo um dia de estupenda alegria:
Richelieu thinks "she's out in a week or less." Oh don't do that to me.)

vale a pena ler

* "Obama Wins; How Does Clinton Lose?" (Marc Ambinder)

* "A Few Random Thoughts" (Josh Patashnik)

* "This is the End" (publius)

* "Vai uma aposta?", (Rui Tavares, hoje na última página do PÚBLICO - enfim, vão comprar o jornal)


(a propósito: dei-me conta que a Cinemateca passa na sexta que vem às 19h um documentário que desconhecia em absoluto sobre as primárias do Partido Democrata - JFK contra Humphrey Hubert - nas eleições de 60)

resumo da noite (com direito a imagem desportiva)

Isto acabou. Um ponto para Hillary na linha de lance livre pela vitória à tira no Indiana - 51-49, dois por cento, pouco mais de vinte mil votos. Um triplo para Obama pela vitória folgada na Carolina do Norte - 56.2-41.5, quase quinze pontos à maior, vantagem de mais de duzentos mil votos. (Eu joguei basket e podia bem ter sido o base mais inteligente e perfeito de sempre cá da terra: foi mera opção e nada mais: para terem uma ideia de como era bom é verem cinco ou dez minutinhos do jogo do Chris Paul.) O problema para Clinton, a impossibilidade para Clinton, é que falta aí meio minuto para acabar o raio do jogo e Obama ganha aí por uns dez pontos de diferença; entendem a imagem? E o tempo que resta para jogar não dá a Clinton hipóteses para marcar quatro triplos de enfiada. Não há nem tempo para isso nem Obama deixará entrementes de marcar uns pontinhos também. Ela - que não tem muito mais dinheiro para andar a brincar às primárias -, olhando para as sondagens, deverá ganhar na Virgínia Ocidental (dia 13, 39 delegados), Kentucky (dia 16, 60 delegados), e Porto Rico (1 de Junho, 63 delegados); ele ganhará no Oregan (dia 16, 65 delegados), e é expectável que vença no Montana e Dacota do Sul (dia 3 de Junho, 24 e 23 delegados respectivamente) - aqui não conheço sondagens, mas Obama ganhou nos estados circundantes por margens consistentes. Montana e Dacota do Sul são os últimos estados em jogo e caso Obama precisasse de mais alguma legitimação - não precisa, não precisa -, estes dois últimos estados dar-lhe-iam uma aura de vencedor final - não precisa, não precisa. Acabou. Era simpático que Hillary reconhecesse, para todos os efeitos e para as minhas olheiras e dores nas costas, que isto acabou, que entregasse a bola a Obama de vez - algo que não vai, evidente, acontecer, atente-se no discurso de ontem (todo ele muito falso, muito forçado - não me dá especial gozo escrever isto) de Hillary Clinton. Os Celtics jogaram miseravelmente.

terça-feira, 6 de maio de 2008

What to Expect in Indiana and North Carolina

1.) There are four polls out today that previously came out last week. All four show Obama gaining in Indiana and Clinton gaining in North Carolina. In Indiana, Clinton's lead is down from 8 to 5 (PPP), from 9 to 8 (ARG), 7 to 4 (Insider Advantage), and from tied to down 2 (Zogby). In North Carolina, Obama's lead is down from 12 to 10 (PPP), from 11 to 8 (ARG), 5 to 3 (Insider Advantage--actually more like 5 to just under 4), and 16 to 8 (Zogby). I don't know precisely where that leaves us, but, qualitatively, I'd guess we're looking at a "solid, but not as big as it could have been" win for Hillary in Indiana, and a "closer-than-expected, but not super-close" win for Obama in North Carolina.


(Noam Scheiber)


Não há cá "game-changer" - detesto o uso destes estrangeirismos, mas neste caso não sei de expressão melhor - algum. Tudo na mesma, portanto, algures entre um sítio qualquer e coisa nenhuma e a continuação da vantagem sólida de Obama - que em teoria hoje deve ser alargada: a Carolina do Norte fornece mais delegados que Indiana, e a vantagem de Obama deverá aí ser maior do que a vantagem de Hillary Clinton no Indiana. Queria tanto escrever "vantagem imutável" em vez de "vantagem sólida" mas, sei lá eu porquê, ainda tenho um certo pudor de o fazer - mesmo depois de ler aí uma dezena de artigos destes. Mais: confirma-se a tal tendência algures abaixo já falada de os superdelegados escolherem Obama à medida que a corrida vai esticando e esticando até ao infinito. É muito chato aquele reverendo Wright, sim que é. Um idiota chapado. Ai as minhas costas. Estou com uma tremenda dor nas costas. Apanhei esta dor por ler deitado e muito torcido. Ai, ai, ai. Enfim, não tenho, aparentemente, "postura". Este Jack Cafferty odeia tanto a Clinton. Quase quase quase tanto como o Andrew Sullivan. Conhecem algum remédio caseiro para as dores de costas apanhadas por ler deitado e muito torcido? A Anjali Rao da CNN é interessante, sim, e aquilo na Birmânia está uma desgraça, sim, mas estava muito bem entretido a ver o Wolf Blitzer quando interromperam a emissão. Sinto-me desamparado sem ver o "The Situation Room". Que tragédia ática. Ainda falta para mais de meia hora para o jogo dos Celtics começar. (Post escrito deitado e muito torcido.)

O Nadador

Era um daqueles domingos de Verão em que toda a gente fica sentada a dizer: "Ontem à noite bebi demais." Podiam-se ouvir os fiéis a sussurrá-lo ao sair da igreja, ou da boca do próprio padre, a tentar livrar-se da sotaina na sacristia, podia -se ouvir no golfe e no court de ténis, ou na reserva natural onde o chefe do grupo Audubon de observadores de pássaros curtia uma tremenda ressaca . "Bebi demais", disse Donald Westerhazy. "Todos bebemos demais", disse Lucinda Merrill. "Deve ter sido o vinho", disse Helen Westerhazy. "Bebi demais daquele clarete."

Passava-se isto na borda da piscina dos Westerhazy. A piscina, alimentada por um poço artesiano com alto teor de ferro, era de um verde pálido. Estava um dia magnífico. A Oeste havia uma densa formação de cúmulos tão parecida com uma cidade vista de longe - da proa de um barco que se aproximasse - que podia ter um nome. Lisboa. Hackensack. O sol estava quente. Neddy Merrill estava sentado junto da água verde, uma mão lá dentro, outra à volta de um copo de gin. Era um homem esguio - parecia ter a elegância particular da juventude - e embora estivesse longe de ser novo, nessa manhã descera a escorregar pelo corrimão e dera um piparote nas costas de bronze da Afrodite de cima da mesa da entrada, enquanto trotava em direcção ao cheiro do café na sala de jantar. Poderia ser comparado a um dia de Verão, mais precisamente às últimas horas da tarde, e apesar de não trazer uma raquete de ténis nem um saco de vela, a impressão que dava era decididamente de juventude, de desporto e de tempo ameno. Tinha estado a nadar e agora respirava profundamente, arquejante como se pudesse engolir pelos pulmões os elementos desse momento, o calor do sol, a intensidade do prazer que sentia. Parecia fluir-lhe tudo para o peito. A casa dele ficava em Bullet Park, cerca de treze quilómetros para Sul, onde as suas quatro lindas filhas teriam já almoçado e deviam estar a jogar ténis. Ocorreu-lhe então que se fizesse um desvio para Sudoeste podia ir a nadar para casa.

A vida dele não era uma prisão, e o prazer que esta observação lhe deu não se podia explicar pela evasão que sugeria. Parecia estar a ver, com olho de cartógrafo, a enfiada de piscinas, aquele ribeiro quase subterrâneo que traçava uma curva através da região. Tinha feito uma descoberta, uma contribuição para a geografia moderna; iria dar ao ribeiro o nome de Lucinda, como a mulher. Não era pessoa dada a brincadeiras nem era parvo nenhum, mas era decididamente original e tinha uma vaga e modesta ideia de si próprio como uma figura lendária. O dia estava bonito e pareceu-lhe que nadar uma grande distância podia aumentar e comemorar essa beleza.
(...)

John Cheever, O Nadador
Tradução de José Lima
FICÇÕES de férias


(O resto do mais célebre conto do Cheever aqui; imprimam e leiam; é sublime, pois claro, e lembra-me vagamente o "Babilónia revisitada" do Fitzgerald que podem encontrar no FICÇÕES de filmes.)

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Richard Burton em Bitter Victory, de Nicholas Ray.