sábado, 27 de dezembro de 2008

Photobucket

Dilúvio de tempo.

2008, livros

Yates, Yates, Yates. O meu escritor e descoberta do ano começa e acaba aqui. Eleven Kinds of Loneliness, A Good School, A Special Providence (foi esta a ordem). Richard Yates, o perfeito modelo do trágico fracasso da Justiça; faz-me penar. Com tradução portuguesa este ano: Fome (Hamsun) e nada mais - não sei se Sapho (Daudet) tem edição de 2007 ou 2008. Esqueça-se (para meu único benefício) as traduções de 2008. Albas (Sebastião Alba) e O Ar da Manhã (António Gancho); os contos do Hemingway; Founding Brothers: The Revolutionary Generation (Joseph J. Ellis) e The Fall of Yugoslavia (Misha Glenny); uma introdução à vida de Churchill, do John Keegan, da tinta-da-china. O Törless do Musil, clarinho, e os dois do Bolaño que já tinha por casa (Estrela Distante, Nocturno Chileno). Li que me fartei até Agosto/Setembro; vi-me estupidificado e de cérebro cansado depois disso. Os livros que não foi possível ler: Os Detectives Selvagens (Bolaño), Rayuela (Cortázar) e Histórias de Amor (Walser).

cinema, ainda

Fartei-me de ver um camião de filmes excelentes pela Cinemateca ou por casa (DVD, boa parte edições espanholas). Os que lembro sem esforço e com auxílio de um bloco de notas:

Photobucket

Man Hunt e Hangmen Also Die! (Lang); Fallen Angel, Whirpool e The Man with the Golden Arm (Preminger); Cry of the City e Criss Cross (Siodmak); Panic in the Streets e Wild River (Kazan); Fixed Bayonets! e Verboten! (Fuller); Mr. Arkadin (Welles); Muerte de un ciclista (Bardem); The Quiet American (Mankiewicz); The Long Gray Line e The Last Hurrah (Ford); Wind Across the Everglades e Party Girl (Nick Ray); The Spy Who Came in from the Cold (Ritt); The Red and the White (Jancsó); Folhas caídas e Adieu, plancher des vaches! (Iosseliani); Two-Lane Blacktop (Hellman); Fat City (Huston); Thunderbolt and Lightfoot (Cimino); Damnation/Perdição e O Homem de Londres (Tarr); O Apóstolo (Duvall); Mischka (Stévenin); Ne touchez pas la hache (Rivette); etc., etc., etc.. Uma desilusão: Zabriskie Point (Antonioni).

2008, filmes

Com estreia comercial cá na terra, ordem alfabética:

Alexandra, de Aleksandr Sokurov
Aquele Querido Mês de Agosto, de Miguel Gomes
Corações, de Alain Resnais
Darjeeling Limited, de Wes Anderson
Este País Não é Para Velhos, de Ethan e Joel Coen
A Fronteira do Amanhecer, de Philippe Garrel
Nós Controlamos a Noite, de James Gray
Quatro Noites com Anna, de Jerzy Skolimowski
O Voo do Balão Vermelho, de Hou Hsiao-hsien
WALL-E, de Andrew Stanton


ADENDAS:

* se quiserem, mais coisa menos coisa: Darjeeling como favorito; num segundo patamar: Coen, Gray, Resnais e Garrel; num terceiro: Skolimowski, Sokurov, Gomes e Hsiao-hsien; e WALL-E.

* podia caber: Destruir Depois de Ler, de Joel e Ethan Coen.

* não tenho a certeza: Fome, de Steve McQueen (sim, apesar daquela prodigiosa conversa de um quarto de hora entre o padre qualquer coisa e o qualquer coisa Sands); Haverá Sangue, de Paul Thomas Anderson.

* não vi e gostava: Caos Calmo, de Antonio Luigi Grimaldi; Mal Nascida, de João Canijo; A Rapariga Cortada em Dois, de Claude Chabrol; Solidão, de Jaime Rosales; A Turma, de Laurent Cantet.

* estou a contar que Os Três Macacos, filme de Nuri Bilge Ceylan (um turco com duas obras anteriores bestiais), não me vá derreter de encantamento. Não faço listas de piores e, em geral, não me lembro deles. O do Shyamalan, recordo-me, soou-me a decepção. Eu e os Dardenne temos um sério e seguido problema.

* fora os Eastwood que aí vêm, quero muito ver Two Lovers em 2009.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Photobucket

Bruce Gilden. USA. New York City. 1968. Santa drinking.


(Desconfio que me limparam o cérebro a jacto de areia desde que me enfiei no Colombo ontem à tarde. Já gostei tanto do Natal.)

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

"Se tivéssemos que imaginar um hipotético e ideal cinema europeu, Confidential Report seria o representante paradigmático. Produzido com dinheiro espanhol e francês, rodado entre Madrid, Munique e Paris, o filme é, acima de tudo, uma metáfora sobre a Europa à procura da sua identidade, tal como Arkadin, que contrata um detective para reconstituir a sua vida. Uma Europa em pedaços, federada pelo esperanto cinema, impura e destruída. Welles foi filmar as ruínas de Rossellini com a visão deformada e grotesca da série B americana. Daí provém a impressão de bizarria total que acaba por relegar para segundo plano quer a sofisticação do filme de autor quer a trivialidade do filme de género. Welles recusa, neste filme, a ideia da forma nobre e o modelo que segue é o do folhetim: desaparições, assassinatos, estranhas mansões, conspiração internacional. Em Confidential Report, estamos mais perto de Mabuse do que de Citizen Kane".

Nicolas Saada
Cahiers du Cinéma, Dezembro de 1991

(d'As Folhas da Cinemateca sobre Welles)

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

2008, discos

Photobucket

Photobucket

Photobucket


American Music Club, The Golden Age
Bonnie 'Prince' Billy, Lie Down In The Light
Deerhunter, Microcastle
Dennis Wilson, Pacific Ocean Blue
Fennesz, Black Sea
Robert Forster, The Evangelist
Silver Jews, Lookout Mountain, Lookout Sea
Toumani Diabaté, The Mande Variations
Vampire Weekend, Vampire Weekend
Why?, Alopecia


(Convencional q.b.: tudo ou quase tudo gente cá da casa. Os favoritos dos favoritos a negro, ordem albética. De fora destes dez por pura inconstância minha: Walkmen, Department of Eagles, Mount Eerie..., Fleet Foxes, uma canção dos Spiritualized e duas ou três dos Tindersticks. Não ouvi uma porrada de coisas: exemplo maior: Portishead. A Lykke Li é bonita, caricaturalmente parecida com uma anterior namorada. Há sempre um 'disco esquecido' - logo o descubro. Palpita-me que a minha lista de cinema é a uns bons 80 por cento igual à do Luís.)

esse pouco

"Vejo-o como uma história sobre a possibilidade de pararmos. Aquele pouco que se pode mudar na vida não se muda por um processo racional; muda-se porque acontecem coisas, muito dolorosas ou muito belas. E essas, às vezes, são ocasiões para se mudar um pouco, esse pouco que podemos mudar."


(Nanni Moretti, no Ípsilon de hoje, à conversa com Alexandra Prado Coelho sobre 'Caos Calmo'; dedicado ao M. à boleia de uma conversa antiga.)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

40 euros custa o livro do Fisk

(...)"Não usem a Internet, não vejam 'websites'. Tenham sempre livros de história e leiam, leiam, leiam", aconselha, para que os profissionais da comunicação social saibam "o que vai acontecer".

Em 1917 - disse - "o general que liderou as forças britânicas (contra o Iraque) emitiu uma nota, que foi afixada nas ruas de Bagdad, e na qual se lia: "Vimos aqui não como conquistadores mas como libertadores, para vos libertar de gerações de tirania". (...)



* Robert Fisk, hoje, na apresentação da versão portuguesa de "A Grande Guerra pela Civilização", 1232 páginas.

* sintam-se confortáveis em me oferecer o livro-testamento do Fisk no Natal - bem como o pack do Zurlini. Li com danada atenção a entrevista dada à Margarida Santos Lopes no último Ípsilon. Absorvi duas ou três coisas: um elogio ao ex-Presidente iraniano Khatami; a indiferença para com Bin Laden; e uma resposta à pergunta "É feliz?".

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

serão com Greene

Photobucket
Joseph Mankiewicz, 58

Photobucket
Carol Reed, 59

Arquivo do blogue

«I always contradict myself»

Richard Burton em Bitter Victory, de Nicholas Ray.